domingo, 24 de dezembro de 2017

O dia seguinte da cirurgia

19 de dezembro de 2017


As dores começaram a vir lentamente, principalmente na região onde estavam os pontos das incisões. Já me ensinaram a usar o andador igual uma velhinha, porque preciso colocar o pé operado no chão e iniciar movimentos. Tive uma sessão de fisioterapia no hospital com exercícios simples de contrair e relaxar a coxa operada, (que parecem ser muito fáceis mas dói bastante), alongar a panturrilha e fortalecer minha perna não-operada. 

Devido os anti-inflamatórios e analgésicos que tomava frequentemente na veia as dores apareciam, mas eram toleráveis. Eu tinha que evitar ao máximo rotacionar a cintura e a perna para não causar um crescimento acima do esperado na haste. 

Sentar ou qualquer movimentação que precise dobrar o joelho dói muito, porque ele tá muito inchado. Não consigo levantar e ir me sentar sem precisar de ajuda. Tenho que ir no banheiro com uma espécie de cadeira de rodas adaptada com um buraco no meio, e dói muito por causa do joelho dobrado ao sentar e minha coxa inchada e dolorida encostando no assento. 

(fotos reais minhas andando pelos corredores do 
hospital aprendendo a usar o andador)

O dia da cirurgia

18 de dezembro de 2017

A parte mais fácil do processo é a cirurgia em si. Aconteceu tudo no horário, recebi uma injeção na bunda antes de descer para o centro cirúrgico e depois não me lembro de mais nada. Me disseram que quando eu cheguei no quarto junto dos médicos fiquei conversando com todo mundo, tirando fotos e fazendo piadas. Não me lembro de nada disso (obrigada deus pela anestesia). A noite foi incrível, dormi igual um bebê e não senti dor nem incômodo nenhum. 

Quanto as incisões foram: dois furos um pouco acima do joelho e dois furos no início da coxa onde foram colocados os parafusos; um corte no meio da coxa onde foi quebrado o osso e um furo perto do quadril onde foi inserida a haste. Minha coxa operada estava quase o dobro do tamanho do normal, meu joelho parecia um pão de hamburguer, o quadril tinha um roxo enorme horroroso, eu estava cheia de esparadrapos mas realmente não senti dor alguma no primeiro dia.



Primeiramente vamos nos conhecer melhor!

Prazer! 

Meu nome é Christine Simas, tenho 21 anos e nasci com uma dismetria nas pernas que ia aumentando enquanto eu crescia e agora se estabilizou em 5cm. No início achavam que a diferença era exclusiva dos membros inferiores, porque fica muito visível no andar. Porém meu corpo inteiro é maior de um lado, um pouquinho a mais do que o normal (afinal, ninguém é exatamente simétrico, não é mesmo?)

Nunca achei que as pernas fossem um problema até eu chegar na pré-adolescência e um colega de classe me perguntar "porque você anda esquisito igual um pinguim?". Eu sempre usei palmilhas especiais nos sapatos para compensar a diferença, mas nunca conseguia caber tudo no sapato, e sempre ficava uma diferença. Além disso, minha coxa direita é visivelmente uns 50% mais grossa que a esquerda. Depois desse dia eu nunca mais usei shorts, saia, ou nada que desse para ver minha dismetria. Me escondi em calças largas (mesmo durante o verão) até entrar na faculdade. 

Enfim, hoje eu amo muito o meu corpinho, as pernas assimétricas e tudo. Faço essa cirurgia com minha cabeça limpa de que não é simplesmente por questões estéticas, porque finalmente não é mais uma coisa que me incomoda ou me envergonha. Inclusive já me disseram que acham fofo o meu jeitinho meio trotante de andar, que é minha marca registrada e eu adoro isso. Porém andar 21 anos errado fez a minha bacia torcer, minhas costas se entortarem e já sinto um pouco de dor quando ando demais ou fico muito tempo em pé. Tenho medo de quando eu tiver 50 ou 60 anos e esses problemas se acarretarem em uma coisa mais grave. Pessoas com pernas "normais" já tem vários problemas de coluna quando envelhecem, imagina eu que carrego eles desde jovem?

Prefiro fazer uma cirurgia de alongamento ósseo quando sou jovem, recém formada e sem compromissos, onde a recuperação é mais mais rápida, do que acabar fazendo uma cirurgia complicada na coluna quando eu for velha. É o melhor caminho a se seguir.

Agora que já me apresentei, vou contando aqui nesse blog um pouco da minha experiência com o alongamento ósseo ISKD para que pessoas interessadas possam saber um pouco mais sobre o processo antes de fazer. O único blog que achei sobre o assunto é de 2012, e é sempre bom ver a experiência de várias pessoas diferentes, não é mesmo?


(não tenho muitas fotos mostrando como minhas pernas eram antes, 
mas tenho essa de 2015 onde dá pra ver um pouco 
como a esquerd aé mais curta e mais fina que a direita)



O dia seguinte da cirurgia

19 de dezembro de 2017 As dores começaram a vir lentamente, principalmente na região onde estavam os pontos das incisões . Já me ensin...